Seja flexível, mas não aceite não cumprir os seus
compromissos;
Seja flexível, mas não relativize o absoluto para explicar
as suas falhas;
Seja flexível, mas não se desvie de seu foco;
Seja flexível, até mude de ideia, mas não se venda, deixando
seus valores de lado;
Seja flexível, mas não abandone sua identidade para ser
aceito;
Seja flexível sempre, mas seja radical.
Tenho certeza de que a última frase deixou muita gente sem
entender. Afinal a palavra radical é empregada geralmente como um defeito, como
fanatismo ou até como um comportamento irracional.
A palavra radical vem do latin: radix, -icis, raiz + -al. Ou
seja, o seu significado fala de raiz. O fraco, a famosa Maria vai com as
outras, é aquele indivíduo que não tem raiz. Que diante das adversidades, logo
desiste. Numa hora ele bate no peito com a maior convicção do mundo. No outro
instante, aquela certeza se transforma num amontoado de justificativas.
Todas as pessoas vitoriosas são radicais. São capazes de
lutar por seus ideais, alguns capazes de morrer por eles, como Tiradentes,
Willian Wallace e muitos outros. Sua convicção inspira multidões e suas raízes
o fazem permanecerem fortes e inabaláveis diante das tempestades.
Hoje em dia, ter personalidade, ser original é objeto de
desejo perseguido por muitos jovens em busca de autoafirmação. Não estou
falando desta originalidade barata, movida a rebeldia pra estampar capa de CD
de artista que foi tão revolucionário que morreu de overdose, deixando todo
mundo falando sozinho. Falo de valores que não fazem parte das modinhas. Falo
de raízes presentes nas biografias dos maiores pensadores e revolucionários da
história da humanidade.
O mundo que conhecemos foi construído por esses idealistas
radicais e é habitado por muitos que, infelizmente, flexibilizam os seus
fundamentos (alicerces) e por isso passam pela vida sem construir algo
significativo para as próximas gerações.