terça-feira, 24 de junho de 2014

PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO



Este texto  é um desabafo de um profissional que está lecionando há mais de 15 anos e que não sabe se aguentará mais 15, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faço). Já fui ameaçado com faca em sala de aula, Xingado, zombado, e desrespeitado de todas as formas.  Hoje me fiz muitas perguntas. E talvez a mais preocupante seja: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país?
Leio reportagens com as autoridades educacionais proclamando a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos, evidentemente. Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor.
Mas:
Como um professor pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer aluno que foi ferido por outro aluno?
Dia a dia os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo física pelos alunos. A cada dia submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.  Professor tem que dar conta do conteúdo, ser responsável pela segurança física dos alunos, ser médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, psiquiatra, mãe e pai… E se quando ameaçados de morte recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Não dá nada!”
Qual a motivação de ser bom aluno atualmente? Seus ídolos são jogadores de futebol que não sabem falar o português  e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros, ensinando que não é necessário haver respeito às autoridades e aos outros. Ou são dançarinas que mostram seu corpo na televisão e ou pousando nuas para ganhar dinheiro.
Conheçoinúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação.
Quem é que quer ser professor? Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e desrespeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.
A sociedade têm conhecimento de como os professores estão adoecendo? Sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física têm nos submetido dia-a-dia? Sabe o que é ouvir de um pai frases assim: “Meu filho não mente! Ele é apenas uma criança!” “Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!” “Você está passando muita lição para meu filho!” “Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.” “Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”
Classes superlotadas,  espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que não valorizam, brigas para abonar faltas, (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão perde a bolsa família).
Encerro esse desabafo com uma pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável. “Todo mundo  pensando em deixar um planeta melhor para nossos  filhos…  Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”

sábado, 21 de junho de 2014

Lei da Palmada

Não sou um nenhum homem importante. Mas o pouco que sou hoje, agradeço sim, às vezes que senti uma vara sapecar no meu corpo, os beliscões que ardiam muito, às repreensões e aos castigos. Tive primos que riram das vezes que apanhei, tive vizinhos que caçoaram das vezes que eu não pude sair na rua, de castigo. Meus pais, meus exemplos, foram educados com vara. Meus avós, foram educados com vara. Eu, fui educado com vara. Hoje, vemos uma geração de garotos e garotas mimadas, respondões, que não respeitam os mais velhos e se acham o centro do universo. Estou mentindo? Basta ir a uma escola primária mais próxima... Venho de uma época em que um simples olhar do meu pai, dizia várias coisas. "Ah cara, mas você já errou bastante na sua vida". Sim, errei. Errei muito. Errei demais! Mas quando errava, era repreendido. Fui educado. Ouvia calado, segurava o choro enquanto a vara "cantava o hino nacional no meu lombo". Levantei a voz uma vez para a minha mãe, me arrependo muito disso, mas fui repreendido. Fui educado. Nunca mais. Não persistia no mesmo erro. Não errava duas vezes. Os que riam de mim, não eram educados com vara. [Nem sei se deveria citar isso, porque família é família], mas dos que riam de mim, alguns foram presos, outros tiveram problemas com drogas e alguns outros pagaram com a própria vida. Falta de repreensão. Falta de educação em casa. Falta, até mesmo, de amor. Eu tive a oportunidade de aprender em casa. Aprendi que pais, tios, avós e outros mais velhos que eu, devo respeitar. Aprendi, porque meus pais me educavam com amor, mesmo se isso significasse umas palmadas, umas varadas ou beliscões de vez em quando. Me amavam. Aprendi a voltar da casa do coleguinha que tinha videogame, na hora combinada. Aprendi que as regras e leis, tanto em casa, quanto fora delas, eram pra ser cumpridas. Ah, ‘Lei da Palmada’... se você soubesse o mal que irá fazer para as nossas crianças… Não irão aceitar o “não”, poderão até mesmo ameaçar os pais com “se não me der isso, vou chamar a polícia e falar que você me bate”. Ah, ‘Lei da Palmada’... você irá desestruturar nossas famílias, onde filhos não poderão ser educados em casa, pelos pais, mas na rua. Ah, ‘Lei da Palmada’... se você tivesse tomado umas palmadas, talvez não pensasse assim… Ah, ‘Lei da Palmada’... nossos filhos são o futuro do país. Estamos caminhando para um país sem disciplina. A vara educa. A rua “também”. Mas na rua, a educação é muito mais dolorida. E machuca muito. E a dor, sem amor, não disciplina. Agradeço aos meus pais, tios, avós e outros, que direta ou indiretamente, influenciaram a minha educação. Obrigado por me educarem. Por me disciplinarem. Com vara. Com amor. "Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura." Provérbios 23.13

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Vai Cristo chama, ou vai cortar cana?

Conta-se que certo caipira estava no seu trabalho rotineiro, num canavial, quando, de repente, viu brilhar três letras no céu: VCC. Muito religioso, o caipira julgou que aquelas letras significavam: “Vai Cristo Chama”. Fiel à visão correu ao pastor de sua Igreja e contou-lhe o ocorrido, concluindo que gostaria de devotar o restante de sua vida à pregação do evangelho. O pastor, surpreso diante do relato, disse: — Mas para pregar o evangelho, é preciso conhecer a Bíblia. Você conhece a Bíblia o bastante para sair pelo mundo pregando a sua mensagem? — Claro que sim! – Disse o homem. — E qual é a parte da Bíblia que você mais gosta e conhece? — As parábolas de Jesus, principalmente a do bom samaritano. — Então, conte-a! – Pede o pastor, querendo conhecer o grau de conhecimento bíblico do futuro pregador do evangelho. O caipira começa a falar: — Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu entre os salteadores. E ele lhes disse: Varões irmãos, escutai-me: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. E entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade. E partindo dali foi conduzido pelo Espírito ao deserto, e tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome, e os corvos alimento lhe traziam, pois alimentava-se de gafanhoto e mel silvestre. E sucedeu que indo ele andando, eis que um carro de fogo o ocultou da vista de todos. A rainha de Sabá viu isso e disse: ‘Não me contaram nem a metade’. Depois disso, ele foi até a casa de Jezabel, a mãe dos filhos de Zebedeu, e disse: ‘Tiveste cinco maridos, e o homem que agora tens, não é teu marido’. E olhando ao longe, viu a Zaqueu pendura pelos cabelos numa árvore e disse: ‘Desce daí, pois hoje almoçarei na tua casa’. Veio Dalila e cortou-lhe os cabelos, e os restos que sobraram foram doze cestos cheios para alimentar a multidão. Portanto, não andeis inquietos dizendo: ‘Que comeremos?’, pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas. E todos os que o ouviram se admiraram da sua doutrina.” O caipira, entusiasmado, olhou para o pastor e perguntou: — E então, estou pronto para pregar o evangelho? — Olha, meu filho – disse o pastor – eu acho que aquelas letras no céu não significavam: “Vai Cristo Chama”. Antes, deveriam ser lidas: “Vai Cortar Cana”. MORAL DA ESTÓRIA: Um conhecimento superficial das Escrituras poderá causar danos irreversíveis ao ministério, caso o mestre não leve em contar os fatores fundamentais para uma boa interpretação bíblica. fonte: http://www.anderique.blogspot.com