sábado, 15 de fevereiro de 2014
A Cultura da Mentira e a Crise da Verdade
Esperei passar alguns dias para postar algo sobre verdade e mentira, especialmente porque a cultura pós-moderna traz mais apelos à mentira do que à verdade, e com a dedicação de um dia para a celebração da mentira, essa realidade se faz ainda mais clara. O chamado "dia da mentira" já se tornou "cult", ou seja, algo que faz parte da cultura popular, não só no Brasil, mas em todo mundo, envolvendo mesmo aqueles que, por conviccção (?) teológica, abominam a mentira ("Abomino e detesto a mentira; porém amo a tua lei". Sl 119.163).
A definição bíblica de que a mentira é pecado, de que o diabo é o seu pai e aqueles que insistem em sua prática se tornam seus filhos (Jo 8.44), e, ainda, que não herdarão o Reino glorioso dos césus (Ap 21.8; 22.15) parece não fazer mais diferença. O temor do Senhor parece ter sido completamente esquecido.
Qual é a razão de tamanha apologia à mentira, talvez seja a ausência da verdade. Desde o séc. XVII que a verdade tem sido questionada. O francês René Descartes, considerado o 1º filósofo moderno, disse que o modo de encontrar a verdade, era tirar da mente tudo que se possa duvidar até alcançarmos um fundamento de verdades firmes e asseguradas que não se possa duvidar. Segundo pensava, ele conseguira atingir esse fundamento infalível em seu famoso “cogito, ergo sum”: “Penso, logo existo”.
O 1º indivíduo a questionar a verdade foi o diabo. Em Gn 3, ele iludiu Eva levantando dúvidas acerca daquilo que Deus havia falado sobre a desobediência, levando os nossos primeiros pais à queda. A partir daí, ele vem influenciando pessoas no decorrer dos séculos, questionando os padrões absolutos de Deus e provocando confusão.
Em sua conversa com Pilatos e estando perto da injusta condenação, Jesus lhe disse que veio dar testemunho da verdade, quando, então, Pilatos, visivelmente impressionado com a sereniodade de Jesus, lhe faz um questionamento: "Que é a verdade"? (Jo 18.37,38). O questionamento de Pilatos ecoa até os dias de hoje: "Que é a verdade"? O mundo pós-moderno perdeu o conceito de verdade e de absolutos. Há hoje, uma grande crise da verdade. Mesmo nos púlpitos, o se diz ser verdade, não se caracteriza como tal.
Nancy Pearcey reproduz em seu excelente livro “Verdade Absoluta” (veja uma resenha da obra aqui), uma realidade também nossa: “Em cursos de sociologia, antropologia e filosofia, presumia-se que a verdade é culturalmente relativa; que idéias e crenças emergem ao longo da história de forças culturais e não são verdadeiras ou falsas em qualquer sentido final”. A verdade hoje,m se tornou algo relativamente cultural. Segundo os sábios deste tempo, não há um padrão absoluto e confiável para repousarmos de nossas aflições.
Diante de tamanhã confusão, ecoa, assim como o questionamento de Pilatos, a definição de Jesus acerca da verdade: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6) e: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). Cristo é a Verdade de Deus revelada a nós e Sua Palavra é o Seu testemunho vivo deixada a nós como nossa única regra de fé e prática.
A cultura da mentira só será extirpada quando a verdade se firmar em sua base única e confiável - Jesus Cristo e Sua santa Palavra. Aliás, a maior alegria do Senhor é ver que estamos andando nesse caminho. " Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade" (3Jo v.4). O filósofo grego Aristóteles disse: "Tudo o que alguém ganha com a falsidade é não receber crédito quando fala a verdade". Que nos livre da mentira e nos ajude a trilhar o caminho da verdade... Sempre.
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