terça-feira, 12 de abril de 2011

O perigo que certos sonhos e certas revelações podem causar

Como tem Deus revelado a Si mesmo? A resposta cristã a essa pergunta é que Deus revelou-se a Si mesmo "por muitas vezes e de muitas maneiras”, nos dias da anti­guidade. Nestes últimos dias, entretanto, Deus se tem revelado a nós plena e finalmente, na pessoa de Jesus Cristo, conforme Ele é apresentado na Bíblia (Hebreus 1.1,2).

A Palavra de Deus, portanto, é a revelação final e completa de Deus, que não pode ser substituída por qualquer outra revelação. As seitas, porém, não têm este compromisso, porquanto acreditam na doutrina herética de supostas revelações extrabíblicas. Eles afirmam que Deus tem falado e registrado palavras, através de quais­quer meios, desde o tempo em que nos deu as Escrituras do Novo Testamento. Asseveram, pois, que Deus fala ou tem falado a parte da Bíblia.

A primeira e mais típica característica de uma seita é que reivindica como sua autoridade alguma revelação distinta das claras assertivas da Palavra de Deus. A maioria das seitas afirma respeitar os ensinamentos da Bíblia. Muitas dessas seitas chegam mesmo a atribuir inspiração divina às Sagradas Escrituras. Logo, porém, anun­ciam a sua real confiança em alguma revelação subseqüente, o que, na verdade cancela o ensino da Bíblia em favor de algo novo e supostamente mais autoritativo, que, segundo eles dizem, Deus revelou somente há pouco tempo. Portanto, estão dizendo que a Bí­blia é apenas uma parcela da revelação verbal de Deus, e que Ele tem falado, ou continua falando, de uma forma extrabíblica, à parte das Escrituras.

Algumas vezes, essas revelações extrabíblicas vêm por inter­médio de algum “líder divinamente inspirado”. Muitas religiões têm atribuído autoridade divina à pessoa de algum indivíduo, que é infalível quando fala, cujas palavras têm a mesma autoridade, ou mesmo maior autoridade do que as Santas Escrituras. Algumas dessas religiões têm feito seus líderes iguais a Deus.

Em qualquer lugar do mundo, as seitas continuam em busca de uma revelação melhor do que a Palavra de Deus. William Bra­nham, em seu livro “Word to the Bride” (Uma Palavra à Noiva), escreveu: “Uma noite, quando eu estava buscando ao Senhor, o Espírito Santo disse-me que apanhasse a pena e escrevesse. Enquan­to eu estendia a mão para apanhar a pena, o Espírito Santo deu-me uma mensagem para a Igreja. Quero anunciá-la a vocês... Tem a ver com a Palavra e com a noiva”.

O Deus da Bíblia, sabendo que isso sucederia no futuro da Igreja, declarou mui claramente que a Sua Palavra, as Escrituras, é a revelação final e insuperável. O Espírito Santo orientou o apóstolo João a encerrar categoricamente a revelação verbal de Deus, quan­do disse: “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qual­quer cousa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa, e das cousas que se acham escritas neste livro” (Apocalipse 22.18,19).

Como é claro, pois, há nas Escrituras uma temível maldição imposta sobre todo aquele que resume apresentar alguma nova revelação verbal da parte de Deus.

É verdade que, nos tempos bíblicos, a Palavra de Deus era transmitida aos homens por meio de anjos (Hebreus 2:2). No entan­to a Bíblia instrui-nos que a revelação de Jesus Cristo ultrapassou a tudo isso. “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as cousas, pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1.1,2).

Cristo é superior aos anjos, e a todos os anjos de Deus foi determinado que O adorassem. As palavras finais das Escrituras, “a revelação de Jesus Cristo” (Apocalipse 1.1), jamais poderão ser suplantadas pelos ministérios dos anjos. Por essa precisa razão foi que Jesus Cristo advertiu os Seus discípulos: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos...” (João 8.31). Os homens desta nossa época também foram devidamente avisados a darem ouvidos às palavras do Pai: “Este é o meu Filho amado... a ele ouvi” (Mateus 17.5).

É doutrina fundamental do cristianismo que a verdade final, a palavra definitiva, reside em Jesus Cristo. De fato, a Escritura, em si mesma, é ainda mais contundente, pois diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1.1).

Os sutis ataques que estão sendo desfechados contra a Escri­tura, nestes dias, precisam ser respondidos por crentes bem prepara­dos, em todos os níveis da sociedade. Não basta dedicarmos à Bíblia uma tranquila veneração, contemplando-a com profunda admiração, como a pedra de toque da fé cristã. A Bíblia é “a espada do Espíri­to” e torna-se um instrumento eficaz contra os assaltos satânicos, quando tecemos os ensinos das Santas Escrituras nas próprias fibras de nossos seres.

Está sendo incoerente e, talvez, até hipócrita, o indivíduo que professa ter uma visão superior das Escrituras, mas negligencia dissipar a sua própria ignorância da verdade de Deus, mediante um programa sério de estudos bíblicos. A grande e primeira razão do avanço das seitas no mundo atual é a ignorância das sagradas Es­crituras por parte dos crentes. A segunda grande razão é a má vontade por parte do povo de Deus em transmitir a verdade divina, mediante o seu testemunho em favor de Cristo, a pessoas que ainda necessitam receber a salvação que há em Cristo.

Segue-se disso que a grande necessidade da comunidade cristã de nossos dias é o retorno ao estudo cuidadoso da Palavra de Deus. A fé de que a Bíblia é a verdade última resulta exatamente desse programa de estudos bíblicos. O estudo das Escrituras produz, na vida do crente, o cumprimento daquela promessa que diz: “E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo” (Roma­nos 10.17).

O salmista escondia a Palavra de Deus no seu coração, a fim de que pudesse resistir às alternativas pecaminosas da vida (Salmos 119.11). Isso significa que ele memorizava porções das Escrituras, assim deveríamos fazer.

A vida do crente ficará firmemente ancorada, capaz de resis­tir a toda oposição, quando estiver firmada em um operoso conhecimento da Sagrada Escritura.

Trecho do livro Conheça as Marcas das Seitas, de Dave Breese

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