A importância da Bíblia para o crescimento saudável da Igreja
O crescimento da igreja é um dos temas mais discutidos na atualidade. Todo pastor anseia ver sua igreja crescer. A igreja sadia deve crescer, precisa crescer! Se não cresce, é porque está enferma. Fidelidade e esterilidade não podem viver juntas sem grandes conflitos. Concordo com Rick Warren, quando afirma: “Pergunta errada: o que fará nossa igreja crescer? Pergunta certa: o que está impedindo nossa igreja crescer?”.
Na busca pelo crescimento da igreja, muitos pastores estão negociando valores inegociáveis. Estão pregando o que funciona, e não o que é certo, preceituado pela Palavra de Deus.
Há quatro desvios em relação às Escrituras que são verdadeiros perigos que atentam fortemente contra o crescimento saudável da igreja em nossos dias:
1º O liberalismo teológico – O liberalismo teológico tenta esvaziar a Escritura, desacreditando sua veracidade, negando, assim, sua inerrância. Onde ele chega, mata a igreja. O liberalismo teológico coloca a razão acima das Escrituras. Ele começa nos seminários, desce aos púlpitos e daí mata a igreja. Há muitas igrejas mortas na Europa, na América do Norte e também no Brasil em função do liberalismo teológico.
2º O Sincretismo religioso – O sincretismo religioso esvazia a Escritura acrescentando a ela o experiencialismo, negando, assim, sua suficiência. Nossa cultura é profundamente mística. Somos uma mistura de raças e de crenças como a pajelança indígena, a idolatria do romanismo, o cardecismo europeu e os cultos afro-brasileiros. Hoje muitas igrejas mudaram o rótulo, mas mantêm o povo preso ao mesmo misticismo: sal grasso, óleo santo, copo d’água em cima da televisão e outras coisas que tem a mesma natureza ou qualidades (cimento da prosperidade, gruta dos milagres, rosa vermelha, lenço ungido, e etc.).
O sincretismo religioso, esvazia a autoridade da Escritura, pois embora creia na sua suficiência, não a coloca em prática. Na verdade, aqueles que são adeptos do sincretismo religioso, são tão mortíferos para a verdadeira ortodoxia quanto os liberais, pois eles falam que crêem na Bíblia, mas buscam experiências fora das Escrituras para conduzir sua vida.
3º A ortodoxia morta – A ortodoxia morta também esvazia a autoridade da Escritura, pois embora creia na sua infalibilidade, não a coloca em prática. Existem muitas pessoas na atualidade que não vivem o que professam. A vida do pregador fala mais alto que os seus sermões. A ação fala mais que as palavras. Exemplos influenciam mais que preceitos. E.M.Bounds disse que “homens mortos tiram de si sermões mortos e sermões mortos, matam”. Martinho Lutero dizia que sermão sem unção endurece o coração. A. N. Martin diz que a pregação poderosa está enraizada no solo da vida do pregador. Charles Haddon Spurgeon alertava os seus alunos dizendo-lhes que o mais maligno servo de Satanás é o ministro infiel do evangelho.
4º A superficialidade no púlpito – O analfabetismo bíblico esvazia a Escritura por não lhe dar o devido valor. Muitos pastores são preguiçosos, não estudam, não alimentam o povo com a Palavra. Dão palha em vez de pão ao povo. Outros alimentam o povo de Deus com uma sopa rala feita dos mesmos ossos. Não é sem motivo que vemos tantos crentes desnutridos espiritualmente, andando de um lado para outro, em busca de algo que lhes sacie a fome. Falta fome da Palavra na igreja brasileira.
O missionário Ronaldo Lidório, trabalhando entre os Konkombas, em Ghana, experimentou grandes maravilhas divinas como resultado da fiel pregação da Palavra. Em nove anos de trabalho missionário, plantou 23 igrejas com cinco mil pessoas convertidas entre tribos animistas e feiticeiras.
Os céus se fenderam e Deus desceu com grande poder, curando enfermos, salvando feiticeiros e libertando cativos. Ronaldo traduziu o Novo Testamento para a língua nativa desse povo até então não alcançado pelo evangelho. Mas, antes do Novo Testamento ser vertido para a língua Konkomba, uma mulher de setenta anos fez uma viagem de quatro dias a pé até a aldeia onde morava o missionário Ronaldo para decorar treze versículos da Palavra de Deus. Ao regressar para a sua casa, depois de dois dias de viagem, esqueceu-se de um versículo. Ela só conseguiu se lembrar de doze; então, regressou do meio do caminho e voltou à aldeia onde estava o missionário para memorizar o versículo perdido e justificou: “A Palavra de Deus é muito preciosa para ficar perdida no meio do caminho”.
Somente através da fiel pregação poderemos ver e experimentar um real crescimento na igreja. Que Deus nos ajude a sermos mais zelosos para com a Sua Palavra. Deus o abençoe!
Marcadores: Devocionais, Ministério Pastoral, Rick Warren
sábado, 16 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Receita para uma igreja bem sucedida texto de Ricardo Gondim
Receita para uma igreja bem sucedida
Ricardo Gondim
Gabriel Andrada é jovem, seminarista, recém casado, e cheio de ideais. Evangélico desde o berço, diz que só se converteu de fato com 17 anos em um acampamento de carnaval. Desde a experiência de conversão, que o levou às lágrimas, participa de eventos evangelísticos de sua igreja. Agora se sente vocacionado para ser pastor. Ávido por ser “usado” por Deus, Gabriel matriculou-se em um pequeno instituto bíblico.
Gabriel me conheceu na internet e escreveu pedindo ajuda. Precisa que eu lhe ensine o “caminho das pedras” para começar uma igreja do zero. Pensei, pensei! Sem conhecê-lo, sem saber exatamente aonde o noviço quer chegar, resolvi correr o risco de responder. Disse que para uma igreja ser bem sucedida no Brasil são necessários a combinação de pelo menos dois, de quatro ingredientes.
1) Um pastor carismático. Que tenha traquejo para falar em público com desenvoltura. Que cante afinado, ou que pelo menos comece os hinos no tom certo. Que tenha boa memória para decorar versículos e saiba citá-los sem tomar fôlego. Que seja simpático e bem humorado no trato pessoal.
2) Um bom prédio em uma boa localização. Que a igreja seja em um lugar de fácil acesso. Que tenha bom estacionamento. Que seja confortável, preferivelmente com cadeiras acolchoadas, climatizado com ar condicionado. Que os banheiros limpos não cheirem a creolina.
3) Acesso à mídia. Que a nova igreja tenha programa de rádio ou de televisão. Mas que a programação ressalte as qualidades especiais do líder como o apóstolo escolhido de Deus para os últimos dias. Que repita sem parar que a igreja é especial, diferente de todas as outras. É bom que o locutor fale em línguas estranhas (glossolalia) e profetize sobre detalhes da vida dos crentes. Que crie uma aura de “poder” pentecostal e curiosidade nas pessoas de comparecerem aos cultos.
4) Teologia da Prosperidade. Que o pastor não tenha escrúpulo de prometer milagre à granel. Que a maior parte do culto seja gasto colhendo testemunhos de gente que enricou com as campanhas dos sete dias, com os jejuns da conquista, com as rosas santas, com os cultos dos Gideões, com as maratonas de oração. Quanto mais relatos, melhor.
Ressalto. Gabriel não precisa se valer de todos os pontos para se tornar o novo fenômeno gospel brasileiro. Entretanto, sem o quarto ingrediente, ele não vai a lugar nenhum. Basta que combine qualquer um com o último e seguramente se tornará um forte concorrente nos disputadíssimo mercado gospel.
Entretanto, como vai concorrer com expoentes bem consolidados, terá que trabalhar muito. Talvez precise fazer o programa de rádio ou de televisão na madrugada. No começo, para pagar o horário, terá que fazer merchandise de Ginka Biloba. Gabriel não deve ter receio de oferecer, por uma pequena oferta, lenço ungido, óleo sagrado ou água do rio Jordão. Se necessário, pode até vender cadernos escolares com a capa espiritual; tipo, um rapaz surfando e uma frase ao lado: “Cristo é ‘sur-ficiente’ para mim”.
Não sei se Gabriel entenderá a minha ironia. Caso leve os meus conselhos a sério, logo teremos uma nova igreja de nome bizarro. Contudo, quando estiver nos píncaros da glória, todos saberão que a trajetória de Gabriel Andrada não foi tão espiritual quanto se poderia supor. “Há algo de podre no reino da Dinamarca” – Shakespeare.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
Gabriel Andrada é jovem, seminarista, recém casado, e cheio de ideais. Evangélico desde o berço, diz que só se converteu de fato com 17 anos em um acampamento de carnaval. Desde a experiência de conversão, que o levou às lágrimas, participa de eventos evangelísticos de sua igreja. Agora se sente vocacionado para ser pastor. Ávido por ser “usado” por Deus, Gabriel matriculou-se em um pequeno instituto bíblico.
Gabriel me conheceu na internet e escreveu pedindo ajuda. Precisa que eu lhe ensine o “caminho das pedras” para começar uma igreja do zero. Pensei, pensei! Sem conhecê-lo, sem saber exatamente aonde o noviço quer chegar, resolvi correr o risco de responder. Disse que para uma igreja ser bem sucedida no Brasil são necessários a combinação de pelo menos dois, de quatro ingredientes.
1) Um pastor carismático. Que tenha traquejo para falar em público com desenvoltura. Que cante afinado, ou que pelo menos comece os hinos no tom certo. Que tenha boa memória para decorar versículos e saiba citá-los sem tomar fôlego. Que seja simpático e bem humorado no trato pessoal.
2) Um bom prédio em uma boa localização. Que a igreja seja em um lugar de fácil acesso. Que tenha bom estacionamento. Que seja confortável, preferivelmente com cadeiras acolchoadas, climatizado com ar condicionado. Que os banheiros limpos não cheirem a creolina.
3) Acesso à mídia. Que a nova igreja tenha programa de rádio ou de televisão. Mas que a programação ressalte as qualidades especiais do líder como o apóstolo escolhido de Deus para os últimos dias. Que repita sem parar que a igreja é especial, diferente de todas as outras. É bom que o locutor fale em línguas estranhas (glossolalia) e profetize sobre detalhes da vida dos crentes. Que crie uma aura de “poder” pentecostal e curiosidade nas pessoas de comparecerem aos cultos.
4) Teologia da Prosperidade. Que o pastor não tenha escrúpulo de prometer milagre à granel. Que a maior parte do culto seja gasto colhendo testemunhos de gente que enricou com as campanhas dos sete dias, com os jejuns da conquista, com as rosas santas, com os cultos dos Gideões, com as maratonas de oração. Quanto mais relatos, melhor.
Ressalto. Gabriel não precisa se valer de todos os pontos para se tornar o novo fenômeno gospel brasileiro. Entretanto, sem o quarto ingrediente, ele não vai a lugar nenhum. Basta que combine qualquer um com o último e seguramente se tornará um forte concorrente nos disputadíssimo mercado gospel.
Entretanto, como vai concorrer com expoentes bem consolidados, terá que trabalhar muito. Talvez precise fazer o programa de rádio ou de televisão na madrugada. No começo, para pagar o horário, terá que fazer merchandise de Ginka Biloba. Gabriel não deve ter receio de oferecer, por uma pequena oferta, lenço ungido, óleo sagrado ou água do rio Jordão. Se necessário, pode até vender cadernos escolares com a capa espiritual; tipo, um rapaz surfando e uma frase ao lado: “Cristo é ‘sur-ficiente’ para mim”.
Não sei se Gabriel entenderá a minha ironia. Caso leve os meus conselhos a sério, logo teremos uma nova igreja de nome bizarro. Contudo, quando estiver nos píncaros da glória, todos saberão que a trajetória de Gabriel Andrada não foi tão espiritual quanto se poderia supor. “Há algo de podre no reino da Dinamarca” – Shakespeare.
Soli Deo Gloria.
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